Número de Páginas: 263
Data de publicação: 08/12/2021
Género: Antropologia Filosófica
A Antropologia Filosófica deve à Kant a formulação das suas questões fundacionais, o que posso saber, o que devo fazer e o que me é permitido espe-rar. Tendo notado que estas questões precisavam de ser reformuladas para responder as necessidades circunstanciais e do lugar que é Moçambique, o filósofo Severino Ngoenha convidou aos seus colegas a pensar sobre os vários projectos de homem que tentaram ser formados pelas condições histórias do país. As respostas à esse convíte fazem o corpo desta obra. Entretanto, enquanto o livro era escrito, Mário Alberto Viegas, Filósofo e Professor de Ética na Universidade Pedagógica de Maputo perdeu a vida. Tudo que encontramos no seu computador é este parágrafo: O Homem Colonial Não se pode falar do Homem Colonial sem inseri-lo no contexto capitalista em que ele emerge e do pano de fundo filosófico por detrás da correspondente concepção de homem. O homem colonial emerge numa realidade económica e cultural de estratificação social. A filosofia tem de justificar a continuidade dos pobres, dos ignorantes e selvagens e da inferioridade dos de cor de pele diferente. A morte impediu que este texto tivesse um ponto. Aliás, colocou um ponto final à vida de seu autor tendo deixado reticências nos textos e reflexões ainda-por-vir. Entretanto, quando o livro estava praticamente fechado, recebemos outra notícia do que não nos é permitido esperar, reformulando aquela questão de Kant. António dos Santos Maboa faleceu uma semana depois de enviar-me a última versão revista do seu texto "O Homem Ubuntu" publicado na segunda parte deste livro. Raramente deixo uma nota nos livros que edito, mas as cicunstâncias desta obra, obrigaram-me, pois não só havia necessidade de homenagear aos dois colegas que nos deixaram sem puder ver como ficou o produto final, mas para justificar a necessidade de refletir sobre o homem em todas as suas dimensões.