Cultura de leitura como o combustível para a inovação

Os seres humanos são uma espécie animal dotada de capacidade de imaginação e predisposição para projectar o futuro. Esta dádiva torna a vida humana uma aventura em busca de um aperfeiçoamento, aliás, já dizia o filósofo Sócrates que uma vida sem busca não é digna de ser vivida. 

Num mundo em constante mudanças, onde não existem respostas prévias para cada novo problema que surge, onde o nossos sistemas de saber são permanentemente colocados a prova, todos falam da necessidade de inovar. Inovar significa introduzir algo novo ou diferente. Trata-se de um acto que segundo Theodore Henderson introduz novas ideias, ferramentas ou métodos. 

A inovação é importante porque permite ao ser humano inventar novas formas de existência. Ela é importante para os países, para as comunidades de moradores assim como para as comunidades profissionais, pois ajuda sempre a construir novas ferramentas para viabilizar suas vidas e actividades. 

Para a biotecnóloga e neurocientista Janet Crawford desde o momento em que nascemos, nossos cérebros estão ocupados codificando qualquer relação útil e repetitiva entre objetos e eventos aos quais estamos expostos. Ela afirma ainda que o cérebro possui pouca capacidade de atenção consciente por isso recorre a esses padrões para automatizar as respostas que o homem emite ao meio ambiente. A inovação resulta de um processo em que o cérebro gera novos novos cruzamentos. 

Será este um processo automático ou podemos ser nós mesmos a forçar este processo biológico? Crawford nos diz que é possível sermos nós próprios a influenciar este processo atravées daquilo que ela chama de polinização cruzada que é um processo de infusão de matéria-prima para aliemntar o cérebro de células responsáveis a inovação. E este processo decorre se o ser humano for exposto a diferentes experiências, actividades e pessoas. 

A leitura dos livros é uma forma de estar exposto a diferentes experiências e constitui uma fonte de desenvolvimento do pensamento inovador, por isso que Bill Gates, um dos revolucionadores da indústria da computação afirmou que mais do que crescer com tecnologia, os seus filhos deverão crescer rodeados de livros. 

«Todos os livros ensinaram-me alguma coisa nova ou ajudaram-me a ver as coisas de forma diferente. Tive a sorte de ter pais que encorajaram-me a ler. A leitura aumenta o nosso senso de curiosidade acerca do mundo, o que penso que ajudou-me a alavancar a minha carreira e no trabalho que faço com a minha fundação» disse Bill Gates numa entrevista a revista Time. 

Os livros são uma via prática para o desenvolvimento de um espírito inovador, ou seja, o combustível para a inovação por isso se queremos desenvolver um espírito inovador ou então queremos inovar, devemos considerar a leitura de livros. Entretanto, é preciso diversificar leituras para diversificar olhares pois a leitura do mesmo tipo de conteúdo pode afectar nosso senso crítico e aumentar as possibilidades de endoutrinamento e não existe inovação onde há endoutrinamento. 

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